sábado, 1 de novembro de 2008

Eternos estranhos

Quanto mais nós conversamos, mais eu sinto que não te conheço. Pior que isto, sinto que te perco um pouco cada dia. Sinto que me perco a cada passo que dou na direção oposta.

Passamos horas conversando sobre banalidades, coisas da vida. E agora você me diz que quer ficar e se não for do teu jeito não será de jeito algum. Não pergunta, apenas impõe. Em que momento da vida perdemos a intimidade, o respeito? Onde foi que largou a sua sacola? Ah, no meio da minha sala. No meio da minha sala de visitas. Visitas. Um dia você foi uma visita. Hoje, você é uma sacola no meio da minha sala. Desculpa, você não pode ficar. Ocupou tempo demais, espaço demais. Desculpa do fundo do coração... não será de jeito algum... porquê... Eu não te conheço.

2 comentários:

Leandro Coimbra disse...

isso me parece assim, como dizer,... biográfico?

muito bom...

Um Lugar Chamado 'Nothing is real' disse...

Biográfico? Não... não esqueças que estás em 'Nothing is real'... risos.